Anatole (Quarto Single)

[…] Na esperança que ele e o Anatole viessem mortalmente adormecidos, trepávamos aos estribos, atirando a cabeça para dentro dos compartimentos, espavorindo a gente quieta com o mesmo berro que retumbava: – Grilo, estás aí, Grilo? – Já de uma terceira classe, onde uma viola repenicava, um jacoso gania, troçando – Não há por aí um grilo? Andam por aí uns senhores a pedir um grilo! – E nem Anatole, nem Grilo! […]

in A Cidade e as Serras

Silvério (Mini-suite)

[…] Apresentei o senhor de Tormes. E imediatamente:
– Ouve lá Pimentinha… Não está aí o Silvério?
– Não… o Silvério há quase dois meses que partiu para Castelo de Vide, ver a mãe que apanhou uma cornada de um boi! […]

in A Cidade e as Serras

Grilo (Quarto Duplo)

[…] O carregador badalou lentamente a sineta para o comboio rolar. Então, não avistando em torno, na lisa e despovoada estação, nem criados nem malas, o meu Príncipe e eu lançámos o mesmo grito de angústia:
– E o Grilo? As bagagens?…
Corremos pela beira do comboio, berrando com desespero:
– Grilo!… Oh Grilo!… Anatole!… Oh Grilo! […]

in A Cidade e as Serras

Melchior (Quarto Duplo)

[…] Atirei a Jacinto um olhar inquieto:
– Ora essa! E o Melchior, o caseiro?… Pois não estão ai os cavalos para subirmos à quinta?
O digno chefe ergueu com surpresa as sobrancelhas cor de milho:
– Não!… Nem Melchior, nem cavalos… O Melchior… Há que tempos eu não vejo o Melchior! […]

in A Cidade e as Serras